Aumenta o Som

Ontem tivemos mais uma reunião de sábado.
Como de costume, cheguei cedo pra ensaiar com o pessoal da música, só que quase todo mundo faltou...hahaha...Mas foi muito bom sentar com Claude e Max pra acertar algumas coisas sobre o ministério...! Conversa vai, conversa vem, Max tocou (sem violão! -essa foi sem graça...) num assunto antigo e que me causa arrepios: A necessidade de todos ministrarem durante o louvor.
Pra você entender a postagem, vai precisar saber de algumas coisas sobre mim...Então, lá vai:

''Marta é uma menina de 18 anos que tem um problema sério com timidez na Igreja. Na verdade, não só na Igreja. Desde pequena, já enfrentava problemas com seus coleguinhas de escola porque não conseguia chegar até eles. O fato de ter Rebecca ajudava a garotinha a se isolar de todos e sempre sentar com sua irmã mais velha.Mas agora quero me restringir à timidez em fazer coisas na Igreja...
Ela cresceu preferindo se esconder na saia da mãe a brincar com os amiguinhos cristãos.Na adolescência, descobriu que não cantava tão mal assim e foi empurrada carinhosamente por seus amigos pro grupo de músicos. Cantava tão baixo nos ensaios que era quase impossível não dar microfonia* nos retornos. Isso deixava a menina em crise com Deus, porque ela batia pé firme que Ele tinha dado o dom errado pra aquele poço de timidez. Como se não bastasse, desenvolveu suas habilidades no violão (ela detestava as aulas, mas lamentava levar jeito pra coisa). Todos achavam que ela tinha muita Graça com música, menos ela mesma. Foram anos e anos de tratamento Divino e 'emboscadas espirituais' para que ela tirasse o dom do bolso. Uma vez, no penúltimo dia de um congresso, Deus mandou ela tocar uma música no dia seguinte, ou seja, ela teria um dia inteeeeiro de tortura psico-emocional. Um 'Peniel' massacrante, mas ao mesmo tempo, encorajador. Foram naquelas horas tensas que querer tocar violão ou não se tornou uma questão irrelevante, se Deus quer tocar em vidas. No dia seguinte, tocou Lanço Minha Rede ao Mar para mais de mil pessoas! Foi um dia marcante pra muita gente, e ela se sentiu a própria 'Davi' dando uma pedrada na cabeça de Golias (que também era ela ...).
Mas isso não a curou. Precisando orar,dar uma palavra, tocar, evangelizar ou fazer qualquer outra coisa que fosse de encontro com sua timidez, o bicho continuava a pegar, e feio. Por isso sempre gostou de escrever. Na hora que o destinatário fosse ler, ela poderia estar debaixo do lençol com a porta do quarto trancada. Ah, falar nisso, lembrei de outra história...Uma vez, nossa personagem precisou dar uma palavra a uma pessoa que nem falava direito com ela, malmente se viam. Semanas depois (tempo necessário pra ser vencida pelo Esprito Santo), o máximo que conseguiu fazer foi enviar um torpedo com a palavra.Mas foi o suficiente pra ela sentir que tinha se vencido de novo...
Hoje, com 4 anos de ministério, ainda enfrenta algumas dificuldades, mas toca nas reuniões nas casas, aperta a mão de Rebecca e entrega as palavras pra os irmãos, e vai de força em força.

Agora vamos voltar para a reunião de sábado. Quando Max falou de ministrar nas reuniões, comecei meu discurso que ele já conhece de có e salteado: ''Max, você sabe que eu tenho um problemão 'nessa área', que eu travo, blá, blá, blá...''
Sabe o que ele respondeu, ironicamente? ''Tô morrendo de pena de você''. (ai, que chépo...!)
Aí a reunião começou...Cantamos umas três músicas e então Max tocou ''Aos Teus Pés'', de Filhos do Homem. Terminou essa e começou a cantar uma profecia, sobre ouvir a voz de Deus para ter direcionamento, descanso, alimento. Enquanto ele cantava, minha mente voltava pra aquele congresso e a vontade e coragem de falar também voltavam.Meu coração estava queimando para responder, como Igreja, àquele chamado de Deus pra ouvir sua voz. Assim que Max parou, respirei fundo, e pensei: 'tem que ser agora'. No impulso, comecei a cantar sobre o que acontece ''Quando eu ouço a Tua Voz...''. O galpão ficou em silêncio, e de quebra, alguém lá atrás aumentou meu microfone - no limite de dar microfonia! Óh, Céus, que trauma! Mas foi...sobrenatural! Nem sei se essa palavra exprime o momento...
Depois disso tudo, Débora veio aos prantos dar um testemunho do que tinha acontecido com ela enquanto nós cantávamos sobre a voz de Deus. Só não conto agora o que ela falou pra tentar reduzir a postagem.
Quero terminar falando da importância de ouvir a voz de Deus, pra tudo. E no caso da postagem de hoje, pra vencer problemas dessa timidez pra fazer coisas na Igreja. Se você é como eu, a única maneira de sair dessa é, simplesmente, saindo. Tendo a voz de Deus que direciona, diga consigo mesmo ''tem que ser agora'' e faça o que precisa ser feito, com vergonha e tudo. Se não for assim, o arrependimento depois é mais massacrante do que a luta para negar sua vergonha.

Esse foi meu sábado. Hoje vamos tocar numa congregação lá em Brotas. Vamos ver o que nos espera...
Abraço,
Marta Andrade.

*Ahhhhh, gente, não sei explicar direito, mas só sei que quando aumentam demais o volume do seu microfone e na hora você está perto de um alto-falante, surge um ruído agudo(Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii) irritantíssimo.