O Deus das Minhas Noites

Nas fotos: Mural com os medalhistas de ouro do 4º semestre de 2007;Eu e Fred; eu e Carol (hoje, minha discípula)

''Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; Quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.'' 1Co 15:11

Tava aqui lembrando dos últimos anos, de 2005 a 2007. Ai, foi um tempo de sonhar com tanta coisa terrena! E eu lembro que tava cheia de determinação pra pra usar todas as minhas forças em realizar um monte de projeto do colégio.

Queria ser a vencedora do concurso de bolsas,do concurso de poesias, queria entrar na escola de canto,ser a melhor aluna de Fred (prof. de Quimica), passar na UFBa, essas coisas, sabe...?

Gente, como eu desejava coisas tão passageiras...Minha semana era sempre cheia de livros e aquele colégio tinha virado meu ''castelinho do mundo encantado''. Todos os meus sonhos e maiores alegrias começavam em Jorge (o porteiro) e terminavam na sala dos professores, o lugar que melhor representava meu futuro tão esperado. Aff, sem falar na minha cara de deprimida nas sextas, pq nos próximos 2 dias não teria aula...Pode?!

Cada fim de trimestre recebia o prêmio por tanta determinação: 1 folha de papel A4 com um monte de número: 9, 10, 9, 10. Maior do que a felicidade por ser a melhor aluna, era a de saber que estava mais perto da bolsa integral, já que ninguém tinha sido aprovado além de mim (eu só ia concorrer comigo mesma).Vivi nessa ilusão por quase 3 anos!

Essa rotina de Nerd (eu tenho consciência disso, tá? rss) foi me cercando aos poucos e, além disso, tudo acontecia num cenário perigozíssimo: Pessoas de tudo quanto é lado cheias de idéias sobre a vida que, se deixar, detonam sua fé! Imagina só, você, discípulo, naquelas épocas de fraqueza, pegando um livro pra descobrir a entalpia de combustão do gás carbônico! Sem falar em tantas outras coisas, pressões externas...Não dava pra brincar, por exemplo, com dr. Ivo nas aulas de ataque à fé...Ôh! Português, desculpe.

Sabe, eu já tinha o Espírito Santo naquela época. Não era à toa que todas as noites clamava a Deus pelos meus colegas e por mim, com um só pedido: Que nos tirasse daquela vida que, no fundo, eu sabia que era de fracasso. Mas não conseguia me esvaziar.Na manhã seguinte, voltava ao normal, cheia de ilusões na cabeça. O problema é que, para mim, não parecia ilusão:Era a mais pura verdade que a semana de provas ia chegar pra decidir minha bolsa no ano que vem, que Fred (o professor de Química) não ia gostar de ver minha equipe errando a pergunta e que o vestibular 2008 já estava sendo elaborado.

Naqueles anos fui alguém que nem esperava ser. A garotinha apática da 8ª série tinha se levantado com ''toda glória'' no Ensino Médio: Ganhou 2 bolsas integrais em anos consecutivos, um quarto só pra ela, foi 2º lugar no tal do concurso de poesia, passou na Federal de primeira e ainda viu Fred chamá-la de ''filha que não teve''.

Mas por dentro tinha uma alma ferida, sem pecado, mas cheia de embaraços. Sem frustações, mas com medo: Sabia que pisava no vento. Só que não conseguia sentir isso.

Até o Deus das minhas noites iluminar os meus dias. E Ele fez isso da melhor forma possível: Destruiu de uma só vez a ''Babilônia'' do meu coração.

Pois é, no fim de 2007, fiquei sem saída:a vida escolar tava chegando ao fim. E quando isso aconteceu,perdi completamente o chão. Foram dias de chorar (mais), ficar jogada na cama o dia inteiro, ir parar no hospital com falta de ar emocional...Mas fui sendo curada pouco a pouco. A voz de Deus me dava um fôlego de vida novo, além de perdão, misericórdia e alegria. Estava voltando ao meu primeiro amor.

Hoje eu sonho com o que realmente vale a pena sonhar: Restaurar corações desiludidos como o meu estava. Agora me gasto com o que verdadeiramente dá estabilidade. Apego-me àquele que tem uma recompensa incomparavelmente melhor do que tudo que eu posso imaginar, no céu.Ah! E discipulo Carol, que foi minha colega nesses 3 anos ''atribulados''. Considero-a como um dos maiores trunfos da minha vida. Tenho tudo como perda pela excelência de viver pra Cristo, o Deus das minhas noites.

Abraço de uma vitoriosa,

Marta Andrade.

To escrevendo agora essa postagem numa folha de papel A4, a mesma que usei mais cedo pra listar minhas discípulas e futuras discípulas. Pretendo ter, esse ano, umas 9, 10...