segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

''uismirnofay, ow, se now syuy...''

Todo mundo conhece um pagodeiro. Na verdade, se você é daqui da Bahia, tenho certeza absoluta que você conhece um. Calça Jeans no joelho, boné com a coitada da aba sem conseguir respirar depois de ter passado horas dentro de um copo apertado, tênis pronto pra sair do pé de tão folgado e o principal: a camisa com as mangas muito mal cortadas pelo próprio dono. Um ou outro com um cavaquinho na mão, um ou outro aos amassos com alguma menina que esqueceu o short em casa e saiu de etiqueta.
Tinha um colega meu que era um como desses garotos. Quando estudávamos na mesma escola, sempre o via passando pelo corredor e só conseguia pensar: Eca! (Nada demais contra ele, pelo amor de Deus, mas absolutamente tudo contra o Pagode. E como ele era um pagodeiro, então sobrou.)
Sabe, ele era até bonitinho. E o pior, sabia disso, o que o deixava com a mitidez natural de pagodeiro somada à uma mitidez extra de Mauricinho. Ai! Isso sim me irritava....Mas eu tinha mais o que fazer naquele colégio e tentava passar batido por esse tipo de coisa.
Quando estavam inspirados, ele, junto com sua gangue, digo, banda, montavam a percurssão no pátio e tocavam durante os 20 minutos de intervalo das aulas...Oh, massacre! Mas eu já liberei perdão...
Apenas uma coisa me fazia (e até hoje faz) não desejar o extermínio dessa raça. É que eu acho todo pagodeiro muito engraçado! E não consigo imaginar uma sala de aula sem 5 ou 6 deles lá no fundão fazendo mil piadinhas, com uma criatividade e rapidez de pensamento admiráveis! Disso eu gosto, porque tira a tensão da aula. A cada minuto eles estão ali, no fundo da sala, pra nos mostrar que dá pra viver (muito mal, mas dá) sem um fardo de responsabilidades nas costas. Bem, eu tive juízo e achei maluquice viver de férias eternas, mas teve gente que não registiu e se deixou levar pelo ''uismirnofay, ow, se now syuy...'' (Sucesso do Psirico - tá vendo, filha de pastor também é cultura!)
Moral da história: Eu passei na UFBa e eles não, MUÁ-MUÁ-MUÁ-MUÁÁÁ!!!
Mas essa postagem precisa ficar séria agora. Termine de rir aí, vá.

Só sei que não vejo esse garoto e sua turma a um tempão. Concluí o colégio a mais de um ano e de lá pra cá não tive contato com pessoas que não foram da minha sala. Por sinal, uma das pessoas que ainda andam muito comigo é Carol, minha colega que se converteu e toda semana tá comigo.
É daí que começo a explicar as coisas...Ontem a gente voltou do encontrão de carona com Ricardo. Vinha ele contando de um acidente que aconteceu na Av. Manoel Dias, na Pituba. Um carro se chocou contra um edifício e morreram duas pessoas. Aí, como falávamos disso, Carol se lembrou de me contar de um outro acidente, que envolvia esse menino da postagem! Acidente de carro também. E o pior, ele tinha morrido! Tomei um susto de primeira! Não acreditei, de segunda. Pensei que poderia ser só boato...
No dia seguinte (hoje), fui ligar a TV e tava passando a matéria do acidente que Ricardo contou. Vítimas: 2 jovens, um deles, o tal garoto. Gente, eles falavam do mesmo acidente! Na mesma hora fui logo abrindo o Orkut, pra investigar o caso, ainda achando que podia se tratar de outro jovem com o mesmo nome. Infelizmente, estavam lá mil colegas de luto, com fotos do menino, vídeos, declarações, etc...
Eu nem falava com ele. Talvez ele fosse mais um que passava por mim e pensava: ''Lá vai a Nerd''. A dor que sinto é pelo seu destino de acordo com a bíblia. Infelizmente não posso dizer que ''sua alma descança em paz'', ou que ''sua estrela agora brilha no Céu'', como seus amigos deixaram escrito no orkut. Me resta a dor por ele ter sido mais alguém que se deixou vencer pelo pecado e não aproveitou a vitória de Jesus na Cruz. Assim como eu, ele poderia ter ressucitado com Cristo! Mas em seus dias, preferiu permanecer morto espiritualmente e agora, com a morte física, dá adeus á Vida Eterna. Escrever essas coisas me dói mais ainda, muito mesmo. Só pode ser a dor de Jesus, porque não dava nem ''oi'' a ele.
Acho que não quero mais escrever, não consigo mais concluir.
Preguemos o evangelho.

Marta Andrade

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